domingo, 19 de outubro de 2008

Enquanto isso no Brasil (Parte III)

Cada país pelo mundo todo tomou medidas diferentes para tentar amenizar os efeitos da crise norte-americana. Cada um se adequou as suas necessidades já que não há uma fórmula especial. No Brasil houve uma intervenção do estado e do Banco Central para ajudar o mercado interno.



Em 19 de setembro, o Banco Central anunciou os primeiros leilões de dólares, o que não acontecia desde 2003. Esta ação foi tomada após a cotação do dólar atingir R$ 1,962. O Banco Central alegou que estes leilões seriam temporários.



Diante do quadro de restrições de recursos externos, o Banco Central tomou duas medidas para aumentar a liquidez no sistema financeiro nacional. A primeira delas adia o cronograma de implementação de compulsórios sobre depósitos interfinanceiros de leasing. A segunda medida triplica de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o valor a ser deduzido pelas instituições financeiras sobre os depósitos a prazo, à vista e da poupança.



Em primeiro de outubro, o Banco Central anunciou que bancos que adiquirirem carteiras de crédito de outras instituições terão redução do depósito compulsório. A medida pode liberar até R$ 23,5 bilhões para o mercado. Na mesma data, o Governo anunciou que vai antecipar R$ 5 bilhões para as linhas de crédito à agricultura.



No dia 6 de outubro, o Banco Central decidiu comprar títulos de bancos no exterior. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou que o governo vai oferecer uma linha adicional, em dólar, no exterior com o uso das reservas internacionais. O objetivo é oferecer crédito para o comércio exterior.



O governo anunciou também que vai reforçar em R$ 5 bilhões as linhas do BNDES de financiamento de pré-embarque de mercadorias de comércio exterior. Esse dinheiro virá de recursos que foram transferidos do Tesouro Nacional, a título de capitalização, para o BNDES, no valor de R$ 15 bilhões.



Uma Medida Provisória foi editada pelo governo neste mês para dar mais poderes ao Banco Central para combater os efeitos da crise no Brasil, no dia em que o nervosismo tomou conta do mercado financeiro a ponto de os empréstimos ficarem paralisados. A principal medida é a autorização para que o Banco Central compre carteiras de crédito de instituições financeiras em dificuldades, por meio de uma linha de empréstimo já existente chamada redesconto. A Medida Provisória foi aprovada pelo CMN em reunião extraordinária.



Além disso, o Banco Central foi autorizado a conceder empréstimos em moeda estrangeira. Finalmente, as empresas de arrendamento mercantil foram autorizadas a emitir letras. Atualmente, elas se financiam com debêntures, um papel de operação mais complexa.



Em 8 de outubro, o Banco Central anunciou a flexibilização do recolhimento de depósitos compulsórios, o que deve promover uma injeção de recursos no mercado de R$ 23,2 bilhões. A primeira medida aumenta da R$ 300 milhões para R$ 700 milhões a dedução prevista para o recolhimento compulsório de depósitos a prazo feito por meio de títulos públicos (aplicações). A segunda medida reduz de 8% para 5% o recolhimento adicional de compulsórias sobre os depósitos à vista e a prazo feitos em espécie remunerados pela taxa básica de juros (Selic).



No dia 13, a autoridade monetária anunciou sua sexta medida, a pré-disponibilização de recursos referentes a alguns depósitos compulsórios. A nova medida atinge os depósitos a prazo (alíquota de 15%) e interfinanceiros de empresas de arrendamento mercantil (alíquota de 15%) e também libera recursos recolhidos como exigibilidade adicional sobre depósitos à vista e a prazo (alíquotas de 5%). Segundo a autoridade monetária, a decisão libera até R$ 100 bilhões.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O que é Circuit-breaker?

É um mecanismo que controla a oscilação dos indicadores das bolsas.A última vez em que a ferramenta fora usada foi em 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

A manobra é a seguinte: quando as cotações superam limites estabelecidos de alta ou de baixa, as negociações são interrompidas, para evitar movimentos muito bruscos.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o circuit breaker é disparado quando a baixa do Índice Bovespa (Ibovespa) atinge os 10%. Os negócios são então paralisados por trinta minutos e retomados em seguida.

Depois da retomada do pregão, se a queda persistir, os negócios são novamente interrompidos quando a baixa chega a 15%. Desta vez, a paralisação é de uma hora.

Uma economia por um triz

Na semana passada o Congresso norte-americano fechou um acordo para liberar o plano de socorro aos bancos dos Estados Unidos. O acordo foi conseguido porque os democratas conseguiram incluir limites para a remuneração de executivos de bancos envolvidos no pacote e uma medida prevendo que as instituições dêem ao Tesouro opções de ações, para que os contribuintes possam se beneficiar quando a empresa tiver lucro. Além disso, os recursos serão liberados aos poucos, em parcelas de US$250 bilhões, seguidos de US$100 bilhões, depois um relatório do presidente George W. Bush e, por fim, a última parcela. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que “tudo foi feito de maneira a proteger os americanos da crise do Wall Street”.

Enquanto o Congresso não emitia o pacote, as bolsas de valores de todo o mundo estavam em queda, com recordes de baixas jamais vistas. Na terça-feira , 30, a Bovespa chegou a despencar mais de 10%, o que provocou a suspensão do pregão – circuit breaker por meia hora, o que não ocorria desde 14 de janeiro de 1999. Foi nesse período que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começou a mudar seu tom e disse que “É importante que o povo brasileiro saiba que uma recessão num país como os Estados Unidos pode trazer problemas para todos os países”.
Colaboraram para a aprovação do pacote os candidatos à presidências dos EUA, Barack Obama e John McCain. Ambos telefonarem para Bush para discutir o pacote e ambos acrescentaram alguns itens que dão maior segurança aos bancos.

Ao mesmo tempo que a dúvida do investidor sobre a emissão ou não do pacote fazia a bolsa cair, a insegurança do investidor após a aprovação do pacote ainda levou a quedas jamais vistas. O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, explica que “O pacote do Senado americano pode ajudar, mas ainda temos de ver como eles vão operacioná-lo; de qualquer maneira, como a avalanche foi muito longe, não se deve esperar uma cura milagrosa”.

O reflexo das incertezas sobre o destino da economia norte-america continua influenciar a economia brasileira nessa semana. Na segunda-feira, 6, teve sua negociação interrompida duas vezes. Na primeira a queda o Ibovespa caía 10% e, na segunda, chegou a cair 15%.

Além das enormes quedas nas bolsas de valores, outro item da economia já está sendo afetado. O dólar, que apresentava quedas, está em alta crescente. Muitos setores da economia brasileira já sentem os reflexos, dentre eles o consumidor, que enfrentará mais dificuldades para conseguir créditos. Também os produtos importados já sofrem aumentos e, aquele consumidor que antes adquiria tais produtos, pode deixar de consumi-los.

domingo, 5 de outubro de 2008

Enquant isso no Brasi... (Parte II)

Com a crise atual dos Estados Unidos, a maneira mais fácil de o mercado brasileiro ser afetado é pela falta de crédito. Neste cenário, há menos dinheiro no mercado e os bancos por todo o mundo estão mais cuidadosos e com isso diminuem o número de empréstimos e cobrado maior taxa de juros sobre eles.

Os bancos brasileiros também já estão encontrando taxas muito altas para tomar empréstimos no exterior. A expectativa é que essa situação afete o crescimento do crédito no Brasil, de forma geral, e a capacidade de investimento das empresas, em particular. A falta de crédito internacional também pode afetar empresas estrangeiras que planejam fazer investimos diretos no Brasil.

A dúvida entre os especialistas é a intensidade desse enxugamento do crédito. O governo brasileiro tem se mostrado preocupado com o assunto e afirma que poderá criar alternativas de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros bancos públicos.

A Bovespa (Bolsa de valores de São Paulo) tem sofrido sucessivas quedas e nos primeiros nove meses do ano já havia acumulado perdas da ordem de 25% (com a volatilidade, esses valores têm mudado muito rapidamente).

O impacto dessas quedas na economia em geral é limitado pelo tamanho da bolsa brasileira. Apesar do crescimento dos últimos anos, a Bovespa ainda tem um número relativamente pequeno de empresas, com 397 companhias listadas. A Bolsa de Valores de Nova York, por exemplo, tem 2.365.

Além disso, embora o montante de dinheiro negociado na bolsa brasileira seja alto, há uma grande concentração em grandes empresas como a Petrobras e a Vale. Apenas essas duas empresas têm representado em média 40% do valor negociado na Bovespa neste ano.
Apesar disso, a queda nas bolsas afeta a economia real por pelo menos duas vias: quem investiu na bolsa tem menos dinheiro para gastar, e as empresas têm que procurar outras fontes de financiamento.

Um dos poucos consensos entre os economistas em meio à atual crise é que a economia brasileira deve diminuir seu ritmo de crescimento. Para Antônio Madeira, da consultoria MCM, mesmo com todas as mudanças, o PIB brasileiro deve subir por volta de 5,5% em 2008. Para 2009, ele acredita que esse número deve ficar entre 3,8% e 3,5%.

Os números variam um pouco dependendo da fonte, mas a grande maioria dos analistas trabalha com faixas parecidas.

O motivo da queda é que mesmo que o Brasil não seja muito atingido pela crise externa, as diferentes fontes de contaminação devem contribuir para derrubar a atividade econômica. Além disso, o próprio BC brasileiro está com uma política de aumentos de juros com o objetivo de reduzir o crescimento no ano que vem.

domingo, 28 de setembro de 2008

Enquanto isso no Brasil...

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) deu declarações esta semana de que acredita que a crise americana não terá impactos significativos sobre o crescimento da economia brasileira. Segundo dados o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2008 deve ficar próximo da projeção divulgada em março pelo organismo, de 5,2%.

Leornado Mello, economista responsável pela análise do nível de atividade econômica, em entrevista ao portal G1, ressaltou que mesmo um crescimento zero nos dois últimos trimestres do ano já garantiria um avanço de 4,7% no PIB em 2008, enquanto uma desaceleração do ritmo para 0,5% em cada trimestre significaria um crescimento anual de 5,1% na economia.


Nonnenberg comentou que o maior impacto da crise americana deve ocorrer sobre o fluxo comercial brasileiro, via queda dos preços das commodities. Para ele, as exportações brasileiras devem sofrer influência mais forte, mas apenas no ano que vem.

Apesar da suposta tranquilidade das autoridades, que acreditam que em médio e longo prazo as perdas nas ações será recuperada, algumas empresas de exportação está sofrendo muitas perdas em suas ações.

A Aracruz reconheceu que algumas de suas aplicações financeiras foram fortemente influenciadas "pela recente instabilidade das cotações do dólar norte-americano decorrente do momento de grande volatilidade dos mercados mundiais".

A Sadia é outro exemplo de empresa que perdeu com a crise. Esta semana revelou que perdeu R$ 760 milhões com a crise internacional. Em comunicado ao mercado, a Sadia justificou o prejuízo devido à "severidade da crise internacional e da alta volatilidade da cotação da moeda norte-americana".

Ainda para amenizar os efeitos da crise, o Banco Central brasileiro decidiu colocar R$13,2 bilhões de reias no sistema financeiro brasileiro esta semana. A medida foi tomada para ajudar os bancos brasileiros a capturar recursos de depósitos no BC. Além disso, foram tomadas outras duas medidas para preservar o sistema financeiro nacional. A primeira delas é a liberação de R$5,2 bilhões que deveriam ser transferidos ao BC na forma de compulsório adicional ( regra estabelecida pela autoridade monetária para controlar o volume de dinheiro no mercado). A segunda decisão adia o cronograma para recolhimento do compulsório sobre depósitos de empreasa de leasing.

O Brasil está em uma posição favorável pois possui ainda reservas que estão aliviando os efeitos da crise. A situação só se tornará grave para o país se o preço das commodities ( produtos com preços definidos no mercado internacional) cair. E se estes preços cairem, consequentemente as ações também vão cair, causando prejuízos ao Brasil.

O socorro há de esperar

Essa semana foi muito agitada para os assuntos econômicos. Agitos, reuniões e declarações, mas até agora nada saiu do papel. O objetivo inicial era para sexta-feira dia 19, mas devido a embates entre republicanos e democratas, e ainda entre senadores, o plano não foi aprovado.Estamos falando do plano de salvação proposto por Bush.

Henry Paulson, secretário do Tesouro americano, apresentou o projeto que pede a liberdade irrestrita ao Tesouro para comprar dos bancos títulos lastreados em hipotecas e outros papéis desvalorizados e poucos líquidos. Os democratas exigem que o pacote inclua a recompensa de hipotecas inadimplentes e refinanciamento para os mutuários – nos moldes de Home Owners’ Loan Corporation, agência criada durante a Grande Depressão nos anos 30 para refinanciar as hipotecas e evitar execuções. Além disso, estudam impor duras restrições ao pacote. Uma das exigências é a de que os US$ 700 bilhões pedidos pela Casa Branca, seja liberado em partes, e não de uma vez só. Outra opção discutida entre os democratas seria uma rápida votação sobre um trecho dos fundos buscados pela administração. O restante ficaria para mais tarde.

Ben Bernanke, presidente do Fed, apóia o plano do Tesouro para comprar títulos ligados às hipotecas sem liquidez e antecipou um cenário econômico pessimista caso nada seja feito para melhorar o Sistema Financeiro. “A intensificação do stress nas últimas semanas, que deixa os credores ainda mais cautelosos em estender créditos a famílias e a empresas, pode ser um obstáculo significativo ao crescimento”, disse.

Esse foi o resultado da reunião de sexta-feira, dia 26. A promessa é de aprovação desse pacote para essa semana mas o que resta é esperar para ver.

Alusão ao passado

O Banco Mundial (Bird) reconheceu que o sistema econômico mundial precisa ser repensado e um novo “Bretton Woods” precisa existir para que haja um acordo de cooperação entre os países. Um estudo ainda mantido em sigilo pelo Banco Mundial alerta que a atual estrutura internacional não é capaz de dar uma resposta aos desafios colocados pelo sistema financeiro que se implantou no mundo nos últimos anos.

No dia 1º de julho de 1944, em Bretton Woods, Estado de New Hampshire (EUA), foi iniciada uma conferência de 22 dias que acabou na criação do FMI e do Banco Mundial. Hoje, economistas do próprio banco admitem a necessidade de uma revisão.

“Hoje o que temos no mundo são instituições que promovem a liberalização de vários setores do mercado. Há uma cooperação internacional para debater a abertura do sistema. O que precisamos é de uma entidade ou de relações entre as entidades existentes que promovam a cooperação em prol de regulações das atividades financeiras”, alertou Aaditya Matoo, economista do Banco Mundial.

Quanto realmente valem US$ 700 bi?

Mais de US$ 2 mil para cada cidadão americano;
PIB da Argentina e do Chile juntos
70% do PIB do Canadá
Mais de 40 vezes o que a Nasa gastará neste ano fiscal.

(Fonte: "O Estado de São Paulo")

domingo, 21 de setembro de 2008

As conseqüências da quebra de um banco


Na segunda-feira, 15, o mundo presenciou um dos maiores ápices da crise financeira norte-americana. Foi decretada a falência do banco Lehman Brothers. Com 158 anos de atividade, a instituição foi derrubada pela crise das hipotecas de alto risco, o subprime, e acumula US$ 85 bilhões em ativos podres, principalmente o de caráter imobiliário. A solvência do Lehman – o quarto maior banco de investimentos americano – pode ter efeito devastador sobre o mercado financeiro mundial.

A quebra do banco de investimentos Lehman Brothers disseminou o temor sobre a saúde do sistema financeiro americano e provocou, pelo mundo, a maior queda (-7,59%) das bolsas de valores desde o ataque às torres gêmeas do World Trade Center.

"O mundo está caindo, mas não é surpresa. Tínhamos de passar por essa limpeza, com alguns bancos quebrando e outros sendo comprados. Quanto mais rápido for esse processo, mais rápido os EUA saem da crise", diz Celso Amorim

Para tentar sair dessa crise, o governo americano tem tomado atitudes emergenciais. Uma delas é o socorro que os Bancos Centrais das maiores economias tem prestado ao mercado financeiro. Esses bancos injetaram US$ 210 bilhões para acalmar o nervosismo no mercado interbancário. O Federal Reserve (Fed) entrou sozinho com 50 bilhões. Somados o Banco da Inglaterra (BoE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) aplicara, 160 bilhões. Segundo Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB, “essa atitude é fundamental para evitar a quebra em cadeia das instituições. Não se trata apenas de atuar no lado psicológico, mas de real escassez de liquidez, o que faz o bancos não terem como honrar os compromissos”.

Além dessa medida emergencial, o tesouro americano injetou US$ 40 bilhões no Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) para que esse banco consiga resgatar as instituições financeiras que quebraram nos últimos dias e outras que terão problemas em breve. Esse empréstimo foi feito, pois acredita-se que as reservas do Fed estão baixas, já que nos últimos seis meses emprestou US$ 29 bilhões para o JPMorgan, US$ 200 bilhões para a gigante Fannie Mae e Freddie Mac, dentre outros grandes empréstimos.


No Brasil


O Brasil tem conseqüências diretas dessa crise financeira nos EUA, mas o ministro da fazenda, Guido Mantega, acredita que se fosse em outro momento, a economia brasileira já “estaria de quatro”. Segundo ele, isso se deve porque hoje há melhores fundamentos fiscais e monetários, que possibilitam maior estabilidade à nossa economia. Ele disse no 5º Fórum de Economia realizado pela Escola de Economia de São Paulo e pela Getúlio Vargas, que a economia está estável e agüenta crises mais extensas, a única mudança é que a empresa brasileira vai substituir o mercado externo pelo interno.

Corrida de tartaruga

Nesta quinta-feira, 18 de setembro, foi publicado o resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilio), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa, que tem o ano referência como 2007, teve 147.851 domicílios visitados em todo o país e 399.964 pessoas entrevistadas. A Pnad é publicada anualmente e é considerada o mais amplo levatamento sobre a realidade do País. Os dados apurados são em relação ao acesso a bens e serviços, abrangência da educação, panorama do mercado de trabalho e a evolução da renda do trabalhador. Além disso, mostra aspectos demográficos como fluxo migratório e taxa de natalidade. Estes dados são usado para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e informações sobre cultura e projeções da população.

Em uma avaliação geral os resultados no campo econômico da Pnad foram positivos. O índice de formalização do emprego foi recorde no ano passado, com 35,7% de trabalhadores registrados. O npumero de ocupados cresceu 4,6% no período em relação a 2006. Outro dado positivo foi a redução no número de crianças entre 5 e 17 anos que trabalhavam. O decréscimo foi de 171 mil em relação a 2006.

Apesar dos números positivos, esse avanço não foi tão significativo na área social e de igualdade. A pesquisa deste ano revelou que o Brasil se desenvolveu mais e que a desigualdade caiu, porém este avanço social é quase insignificante. Segundo Eduardo Giannetti da Fonseca, economista e professor do Ibemec - São Paulo, em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, é preciso uma reforma no mercado de trabalho. "Melhorias como o aumento de renda e do emprego formal não são suficientes para elevar a situação do país ao de nação desenvolvida nos próximos anos". Ele acredita que os números são positivos, mas o ritmo da melhoria é muito lento. "Em um ano excepcional para a economia que foi 2007, em que o PIB cresceu 5,2%, as melhorias são muito tímidas do ponto de vista social", diz. Apenas 35% da população economicamente ativa no Brasil tem uma situação regular de emprego.

A pesquisa revela que, no ano passado, ocorreu a maior redução na diferença entre ricos e pobres no Brasil desde 1990. A Pnad também revela que o índice de analfabetismo no Brasil diminuiu, colocando o País em 15° lugar em proporção aos países da América Latino e Caribe.

Um ponto positivo revelado pela pesquisa é que a cobertura prevdênciária e a rede de esgoto passaram de 50% em melhorias nas regiões Sul e Sudeste.

Giannetti reforça que o Brasil se aproxima de muitos países ricos em alguns indicadores, porém no quesito de distribuição de renda e recursos é como a de países muito pobres e em condições sociais muito limitadas. Segundo a pesquisa, o aumento no rendimento médio real dos trabalhadores nos últimos quatro anos foram insuficientes para recuperar as perdas ocorridas entre 1996 e 2003. Este ano, a renda dos ocupados chegou a R$ 960,00. Valor ¨% inferiror à de 1996 (R$ 1.023,00).

O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, declarou que que os dados revelados pela Pnad mostram um cenário "muito positivo". "Ainda temos 14 milhões de pessoas no país que não sabem ler nem escrever um bilhete simples. A maioria são gerações anteriores, que não tiveram acesso ao ensino, hoje mais universalizado. Mas esse indicador ainda é muito alto", afirmou Nunes.

A realidade é que nós estamos evoluindo, mas como em uma corrida de tartaruga. Nos resta acreditar na fábula da lebre e da tartaruga, na qual a tartaruga acaba vencendo a corrida contra a lebre. Ou seja, devemos acreditar que devagar se vai ao longe? Há esperança.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Terremoto Financeiro

Ontem o mercado financeiro sofreu uma forte turbulência, isso ocorreu devido à crise atual, que dura 13 meses, e que levou o quarto maior Banco dos Estados Unidos Lehman Brothers Holdings a falência.
No Brasil, as ações dos bancos brasileiros não ficaram imunes à crise. No final do pregão, as ações preferenciais do Bradesco perdiam 7% e a do Itaú despencava 7,9%. O Unibanco, que tem uma parceria com a maior seguradora norte-americana, a AIG, divulgou que o agravamento da crise nos EUA vai ficar restrita ao valor das ações, ou seja, ao investidor, pois os bancos brasileiros não vão enfrentar problemas operacionais.
Um dos desdobramentos da crise financeira são as bolsas do mundo inteiro mergulhadas no vermelho. A bolsa de Valores de São Paulo, BOVESPA, sofreu ontem a maior queda desde 11 de setembro de 2001, caindo 7,59%. Em Paris, 4,96%; Londres 4,8%; Índia, 5,4%; Taiwan, 4,1%; Austrália, 2%; e Cingapura, 2,9%.
O clima segue pesado. O banco central dos EUA, o Federal Reserve, injetou US$ 50 bilhões no mercado por meio de um leilão de recompra de títulos por um dia (overnight) para aliviar o estresse dos bancos na abertura dos mercados.
Na manhã de hoje, o Lehman entrou com um pedido de proteção sob a legislação de falências e concordatas no Tribunal de Falâncias do Distrito Sul de Nova York. Os principais bancos do mundo aguardam a resposta do pedido, já que a provável liquidação do banco americano vai causar prejuízos em todas essas instituições.

domingo, 14 de setembro de 2008

Caos na Bolívia; tensão na economia brasileira

Na manhã de quinta feira, 11 de setembro, manifestantes bolivianos interromperam um dos principais gasodutos de escoamento de gás boliviano para o Brasil, o Yacuíba - Rio Grande (GASYRG). Este gasoduto liga os campos produtores do sul da Bolívia com com Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia). Com a paralisação, que durou 6 horas, o Brasil deixou de receber 3 milhões de metros cúbicos do combustível.
O Gasyrg é responsável por metade do gás enviado ao Brasil, que importa a média de 31 milhões de metros cúbicos por dia. A válvula foi fechada por opositores de Evo Morales.
Se o atraso para reabrir o gasoduto fosse maior poderia afetar o fornceimento de gás para o Rio de Janeiro e São Paulo.
Apesar de não ter ocorrido nenhuma conseqüência muito grave devido à paralisação, o governo brasileiro está em alerta e começa a pensar em planos de emergência. Uma das medidas que o governo diz que poderia ser tomada é o corte de gás para termoelétricas, de indpustrias e até de automóvies para compensar um possível agravamento na situação.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, explicou que se a situação na Bolívia se agravar o Brasil será obrigado a colocar em vigor o plano de contingência que, entre diversas medidas, prevê a retirada dogás de todas as térmicas da Petrobrás e da Eletrobrás movidas a esse combustível.
Essa possível paralisação que o governo brasileiro vem prevendo pode ter efeito imediato para os fabricantes de cerâmica, vidros e produtos químicos. Estas empresas dependem do fornecimento de gás boliviano para continuar fabricando e distribuindo seus produtos.
A Petrobrás tem um plano de ampliação de infra-estrutura de transportes que tornaria o Brasil menos dependente do gás boliviano. Porém as obras estão atrasadas e tem planejamento de término somente para 2010.
A crise política da Bolívia está afetando a economia brasileira e enquanto esta instabilidade do governo Evo Morales continuar, o Brasil deve ficar em alerta para não prejudicar sua produção e fornecimento. A tensão continuará, e segundo especialistas, por um bom tempo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Desempenho da Bolsa numa semana conturbada

Nos primeiros dias dessa semana, num movimento contrário às Bolsas de outros mercados, a Bovespa teve queda de 2,3%. Mesmo com a injeção de ânimo que o tesouro americano deu no setor das hipotecas, a bolsa de São Paulo não teve bons resultados. De acordo com analistas, essa queda não está só relacionada à crise no mercado dos EUA, mas também com a queda nos preços das commodities no mercado interno.

Já no fim da semana a Bolsa de São Paulo voltou a mostrar resultados positivos, fechando na quarta-feira com alta de 2,47% e na quinta-feira com alta de 3,3%. A Bolsa de Nova York teve grande influência nesse resultado, já que desde segunda-feira ela vem apresentando resultados positivos. Também teve importante papel a divulgação das estimativas das reservas do bloco Iara, no pré-sal. Analista desejam que essa tendência continue, já que na segunda-feira a Bolsa teve o seu nível mais baixo dentre uma década.

Injeção de ânimo no mercado americano

O Departamento do Tesouro americano assumiu o controle das duas maiores empresas de hipotecas do país. Juntas, a Fannie Mae e Freddie receberão 200 bilhões do Tesouro. Esse dinheiro será usado para eventuais compras de ações das empresas, que já funcionam como se fossem duas empresas estatais.

A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association ou Associação Federal de hipoteca) foi criada em 1938. Suas ações sempre tiveram em alta, mas de um ano para cá teve uma queda de 88,66%. A Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Comporation, ou Cooperação federal de hipoteca residencial) foi fundada em 1970. Assim como a Fannie, suas ações tiveram uma queda de 91,41% em um ano.

O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, acredita que essa injeção de capital evita a insolvência dessas companhias e o colapso do sistema financeiro. Ele afirmou que a “Fannie Mae e Freddie Mac são tão grandes e estão tão entranhadas em nosso sistema financeiro que a quebra de qualquer uma poderia causar uma grande turbulência nos mercados aqui e ao redor do mundo”.

Para os analistas de mercado a intervenção vai aliviar as preocupações e remover o véu de incerteza que o mercado detesta.


Entenda como funciona o mercado de hipotecas e o efeito do pacote de Bush

Primeiro o cliente faz o empréstimo bancário para comprar um imóvel. As agências hipotecárias compram as hipotecas dos bancos, que vão usar o dinheiro para fazer novos empréstimos. Depois disso a agência é quem recebe as parcelas do empréstimo. Se o cliente não pagar, ela é quem sai no prejuízo. O que o governo americano fez foi “fornecer” bilhões para as empresas para que elas consigam dar continuidade à operações.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

No topo do Ranking das que mais obtiveram queda

As empresas que mais perderam com a queda significativa da Bovespa:

Agrenco 95%
Parmalat 94,74%
Laep 87,70%
Inpar 82,49%
Ienergia 73,69%
Abyara 72,83%
Positivo 71,71%
Varig Transporte 69,80%
Eletropaulo 67,48%
Gol 66,27

Indícios de possível virada no panorama econômico

Mesmo fechando a sexta-feira no azul, a Bovespa não recuperou a baixa provocada pelo dólar.

A moeda norte-americana fechou em alta durante 5 dias consecutivos, o que gerou um aumento de 0,06%, sendo vendida a 1,718 (maior cotação desde o dia 3 de Abril). Conseqüentemente, a Bovespa não recuperou o saldo negativo da semana.

Os significativos 1,03% de alta na sexta não foram suficientes para balancear a perda de 6,72% acumulados na semana.

Diante desse quadro, investidores procuraram refúgio em ativos considerados mais seguros (como títulos norte-americanos) e deixaram de investir no Brasil, pelo fato do país ter um dos mercados com mais liquidez entre os emergentes.

Assim, os estrangeiros inverteram o jogo e estão apostando na alta do dólar em relação ao real.

Por outro lado, a alta repentina do dólar não levou o Banco Central a mudar sua postura. O Banco continua comprando dólar para reforçar suas reservas internacionais.

Lula lambuza as mãos com óleo da pré-sal


Nessa semana aconteceu a primeira retirada de óleo localizado abaixo da camada pré-sal na costa do Espírito Santo. Simbolizando o início da exploração, Lula lambuzou as mãos com o óleo, aludindo ao que já fez na conquista da auto-suficiência e também ao gesto que Getúlio Vargas.


Além do tom de euforia e empolgação do presidente, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acompanhou o evento e aproveitou para fazer um discurso vangloriando esse momento. A ministra comparou o Brasil com o Sítio do Pica-Pau Amarelo que, em um episódio, jorrou petróleo pelo poço que ficava atrás do galinheiro.


Sobre a criação de uma nova estatal, o presidente Lula disse que mesmo se houver essa criação, a Petrobrás continuará com a hegemonia no setor. Além disso, afirma que a empresa é a mãe na industrialização no país.


Mesmo fazendo tantos elogios à Petrobrás, Lula não deixou de lembrá-los que é necessário que a empresa trace os planos de investimentos juntamente com o governo. O objetivo é beneficiar tanto o país como a empresa. Lula acredita que é preciso muito debate sobre o futuro do capital da exploração do óleo da camada pré-sal, caso contrário, nada será feito e a educação e a pobreza vão continuar do jeito que estão.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

E a discussão em torno da pré-sal continua


A discussão sobre o futuro da exploração da camada pré-sal continua na mídia. Na segunda-feira divulgou-se nos jornais de Economia a questão da mudança na maneira de fazer a contabilidade da Petrobrás. A contabilidade pública atual passará por mudanças para que possam possibilitar os imensos investimentos que a Petrobrás terá de fazer para explorar a camada pré-sal.


Atualmente a Petrobrás e todas as empresas estatais vivem uma limitação, pois seus investimentos são contabilizados como despesas públicas. Ou seja, quanto mais elas investem, mais empurram para baixo o superávit primário. Como existem metas para esse superávit, a empresa limita seus investimentos para não transgredi-las. De acordo com o anúncio feito na semana passada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a Petrobrás será isenta da contabilidade pública. Conseqüentemente a empresa poderá voar mais alto.


Além disso, na terça-feira o presidente Lula foi ao 18° Congresso Brasileiro no sul do país e mostrou que está preocupado com o assunto. Lula respondeu às criticas da exploração da camada pré-sal explicando que não irá exportar a matéria prima do produto encontrado, mas sim que exportará produtos com valor agregado, como a gasolina premiun. “Queremos produzir com valor agregado. Vamos ter refinarias para produzir gasolina premiun para exportar para a Europa e para os EUA. Não vamos ser exportadores de óleo cru”. Além disso, Lula assegurou que a extração do petróleo da pré-sal vai geral maior estabilidade para o país.


Já na quinta-feira saiu nos jornais, como O Estado de S. Paulo e Valor Econômico, as três opções que o Planalto deu para solucionar a questão do pré-sal. A Comissão Interministerial que discute mudanças no marco regulatório do petróleo tem três alternativas para resolver o impasse da exploração do petróleo localizado abaixo da camada pré-sal.


A primeira delas é: permitir que a União abra mão das reservas localizadas próximas das atuais descobertas, em troca de novas ações da Petrobrás. A segunda é: formar a empresa estatal petrosal e, por meio dela, transformar a União em sócia nos blocos descobertos. E a terceira discute o aumento dos royalties e das participações especiais da União.


Dentre essas três propostas a que apresenta maior possibilidade de entrar em vigor é a primeira. Nem a União se prejudicará, nem a empresa e nem mesmo o investidor. De acordo com a reportagem “Planalto tem três opções para présal” do jornal O Estado de S. Paulo, a cada emissão de ação para o governo, outra ação será disponibilizada para o mercado, mantendo assim a proporção da distribuição do capital da empresa: 68% de capital privado e 32% do governo federal.
Fontes: O Estado de S. Paulo
Valor Econômico
imagem: Globo online

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mais uma carta à OMC


Os subsídios internos norte-americanos para os seus produtores de algodão levam o Brasil a reabrir disputa contra os EUA.
O Brasil, que em 2005 teve prejuízo de US$ 4 bilhões devido ao mesmo subsídio, pediu em carta à OMC que reavaliasse o pedido feito há 4 anos.
O país tomou essa atitude, pois na Rodada Doha os EUA não aceitaram a proposta de reduzir em 80% tais subsídios.
Assim, o fracasso na Rodada levou o Brasil a agir em vez de esperar por um acordo que talvez nunca acontecerá, visto que o algodão é um dos principais produtos agrícolas dos EUA.

domingo, 24 de agosto de 2008

Por dentro da camada pré-sal

Um dos assuntos que mais está na mídia é a exploração da camada pré-sal. A Petrobrás encontrou no ano passado a presença de petróleo nesta camada. Para melhor entendimento do assunto, primeiramente explicarei o que é esta camada para depois explicar o que está em debate.

A camada pré-sal tem uma extensão de 800 quilômetros e localiza-se entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina. O petróleo encontrado localiza-se a mais ou menos 5 mil metros de profundidade abaixo dessa camada, a qual tem a função de conservar a qualidade do petróleo, segundo geólogos.

Nessa região há uma vasta quantidade de petróleo, tanto que pode fazer com que o país passe da 24ª posição dos países com maior reserva de óleo e gás do mundo para a nona ou oitava posição (ocupadas atualmente pela Nigéria e Venezuela).

O que está em voga é como será a exploração dessa riqueza, também o destino da verba e se haverá ou não a criação de uma estatal para exploração. Alega-se que há a necessidade de mudança na legislação, em cláusulas como o modelo de leilões, a partilha da produção e o destino dos recursos arrecadados.

O presidente Luis Inácio Lula da Silva disse, numa visita feita ao Ceará, na quarta-feira dia 20, que até agora apenas criou uma comissão interministerial incubida de entregar a proposta para o melhor aproveitamento das riquezas do pré-sal e que após isso o assunto será levado à sociedade para debate. Afinal ele acredita que uma riqueza dessa possa ser a solução para o problema educacional e para a pobreza no Brasil.


Fontes: O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e Folha de S. Paulo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Para entender um pouco sobre a Rodada de Doha

A Rodada de Doha é uma série de debates mediados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em torno de regras para facilitar o comércio internacional. Recebe esse nome pois o início das discuções começaram em Doha, capital do Qatar, em novembro de 2001.
Inicialmente tinha como objetivo a discussão e aprovação de um conjunto de decisões a respeito de regras mais flexíveis, que facilitariam o comércio entre os Estados membros da OMC.
Mas o acordo já deveria estar em prática, pois o prazo de fechamento previsto era até 2005.
A falta de consenso entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento tem adiado um resultado final.
Só para ter uma idéia, depois da reunião em 2001, os países participantes do debate já se reuniram em Cancún (2003), Genebra (2004) e Hong Kong (2005), mas nenhuma delas conseguiram finalizar o tema.
A última tentativa foi feita em Julho de 2008 em Potsdam, Alemanha. O maior problema para o impasse nas negociações pode ser explicado se analisarmos que o mundo em 2001 era diferente. Ou seja, a rodada mantém propostas que não podem ser mais adequadas ao panorama mundial atual.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Queda no preço do petróleo derruba Bovespa

A queda do preço do barril do petróleo tem conseqüências para todos os setores. Se ele aumenta, puxa alguns setores e há alta na taxa da inflação anual; se ele baixa, derruba a Bovespa, por exemplo.

Tema de todos os jornais semanais, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) apresenta resultados cada vez mais negativos. Não se pode generalizar, já que há papéis de algumas empresas, como o da Petrobrás PN, que não apresentou tanta queda.

De acordo com uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo e outra do Estadão, o investidor especulador tem retirado seu capital investido em ações na Bovespa baseado, por exemplo na queda do preço do petróleo. Segundo Walter Mendes, superintende de Renda Variável do Banco Itaú, o raciocínio do investidor é o seguinte: O Brasil é exportador de commodities; se as cotações caem, isso é ruim para o país, conseqüentemente para suas empresas.

Essa insegurança nesse setor é normal, já que é um investimento de alto risco. Mas, segundo Rodrigo da Luz, operador da XP Investimentos, “esse momento é favorável na medida em que afasta os aventureiros”.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Uma Rodada com muitas voltas

Mesmo com as falhas nas negociações para salvar a Rodada de Doha, muitos países membros da OMC, inclusive o Brasil, ainda discustem as possibilidades de retomar a rodada.
Para o Brasil seria interessante o êxito nas negociações, visto que o país é um grande produtor agrícola e a rodadada visa diminuir as barreiras comerciais dos produtos agrícolas e indústriais em todo mundo.
A grande polêmica gira em torno de algumas regras no comércio agrícola que favoreceriam os países em desenvolvimento, considerada impraticável para os países em desenvolvimento.


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL704905-5602,00-RODADA+DE+DOHA+FRACASSA+APOS+SETE+ANOS+DE+NEGOCIACOES.html

http://economia.uol.com.br/ultnot/reuters/2008/08/11/ult29u62816.jhtm

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Eu, Ohanna Glännefors, fui convidada a fazer parte do Blog "In Economy" e minhas postagens seguirão a proposta inicial da criadora do Blog. Focarei meus comentários à assuntos relacionados ao câmbio do dólar na economia brasileira.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Objetivos

Eu, Rafaela Bertoloto, autora inicial do blog, refleti um pouco para definir os assuntos que aqui serão postados.
Acho que o foco será a Economia Brasileira e, qualquer outro tema que possa estar ligada a ela. Por exemplo: A bolsa de NY teve uma queda. A do Brasil também cai. Portanto, haverá uma matéria sobre isso.
Tentarei não somente reproduzir informações de outros meios, mas complementá-las com pesquisas.

Boa leitura a todos e espero receber comentários. ok?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Acompanhando a questão do petróleo



Os records atingidos pelo preço do barril do petróleo nos últimos dias têm assustado o mercado mundial. O último alarde foi quando superou a casa dos US$120 o barril. Um dos grandes problemas que circunda o setor de energia é a especulação, que gera instabilidade e vulnerabilidade nos mercados e bolsas de valores.
Na semana passada, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, disse que o preço do petróleo continuará “elevado e mais volátil”, isso porque “há oferta e demanda para esses preços”. Segundo Gabrielli o aumento não seguirá e tende para uma estabilização para esses preços altos.
O que os analistas procuram é tentar entender essa elevação. Alguns justificam que os aumentos refletem conflitos na Nigéria (que provocou interrupção no bombeamento de 600 mil barris por dia), também uma possível greve em uma refinaria na Escócia e a desvalorização do dólar ante o euro. Essas questões deixam claro que a alta tem como pano de fundo a relação entre oferta e demanda de petróleo. Jim Ritterbusch, presidente da Ritterbusch & Associates, disse que o preço do petróleo bruto dobrou nos últimos 14 meses e ainda se acredita em um crescimento de 1,4% na demanda global. Se a demanda atual aumenta e a oferta não, a tendência lógica é os preços subirem. Para agravar a situação, organizações como Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não dão sinais de que ampliarão a exploração. Além disso, há países que demandam compras pesadas do produto, como a China.

Reflexos da crise no Brasil

O último aumento que a Petrobrás fez foi em 2005, ano em que o barril do petróleo no mercado interno era de US$60 e no internacional era de US$100. O presidente da Petrobrás acredita que há a necessidade de repassar o aumento atual para o mercado interno. Isso porque 70% dos custos da Petrobrás na área de produção de petróleo estão ligados ao preço da commodity no mercado externo. Ele ressalta que não haverá a curto prazo novos reajustes. “Nossa política é acompanhar a longo prazo”.

Fontes: Jornal "O Estado de S. Paulo"
"Folha de S. Paulo"
" Valor Econômico"

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Brasil é elevado na categoria de grau de investimento

Na quarta-feira, 30, a agência Standard & Poor’s (principal provedora de informações para os mercados financeiros globais, e também a principal fonte de ratings de crédito, índices, pesquisas de investimento, avaliações de risco e dados) elevou o país para o primeiro nível na categoria de grau de investimento.
A elevação para a graduação BBB- demonstrou a confiança dos investidores na política econômica do Brasil. Essa confiança foi motivada pela política desenvolvida, associando à lei de responsabilidade fiscal, a meta inflacionária e um regime flexível de câmbio. Anoop Singh, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirma que “A nova qualificação do Brasil deve estimular os investimentos estrangeiros na maior economia da América Latina". Além disso, essa elevação fortalece as bases para a realização das reformas que ajudarão o país a alcançar seu potencial total.

Fontes: "Valor Econômico" e jornal "O Estado de S. Paulo"

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Déficit externo é o maior desde 1947



No primeiro trimestre de 2008, as contas do Brasil com o exterior tiveram o pior saldo regitrado pelo Bando Central desde 1947, quando começou-se a registrar esses números. O déficit de US$ 10,757 bilhões surpreendeu o mercado e até mesmo o governo.


O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse que esse fato verificou-se pois foi inflenciado de maneira expressiva pelo resultado comercial e pelas remessas de lucros e dividendos ao exterior.


O Banco Central afirma que esse déficit é "perfeitamente financiável". Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou não ter políticas de governo se houver registro de sucessivos déficits em conta corrente.

Fonte: Jornal "O Estado de S. Paulo"